Sabean quantos esta carta viren que commo fosse contenda ontre os clerigos do coro da igleia de Sam Martiño d’Ourense da huna parte e Gonçalvo Eanes mercador presente da outra sobre huna casa con seu lagar que está enna Fonte do Bispo sobrela renda da dereytura da dita casa e lagar que o dito Gonçalvo Eanes mandara aos clerigos sobreditos, e o pleito assy andando per ante meestre Johan de Solveyra coengo d’Ourense e vigario que era aa sasom de dom Gonçalvo Nunes dean d’Ourense e esse vigario nom arrenda mays conoçer do pleito envyou as ditas partes ante o dito deyan com essse pleito en aquel estado en que o pleito estava para que o livrasse en commo por bem tevese. Et o pleito posto en este estado as ditas partes de seu plazer e de sua voentade, por escraeçerem custas e traballos e (...) e meoscabos, conprometeron en Pero Domingues raçoeyro da dita igleia assy commo en juyz arvidro e en amigavil conpoedor, que elle vistas as çertedumes e as (...)s da huna e da outra parte livrasse o pleito assi commo achase por dereito et a parte que non quisesse estar ao que esse Pero Domingues mandasse, julgasse, peytasse aa outra parte çem mor. da moeda del rey dom Fernando. Et o dito Pero Dominguez seendo en lugar de julgar, julgou por sentença que Gonçalvo Eanes ouvesse cada anno doze soldos de leoneses pela dita casa e que o lagar sobre que era contenda con essa casa que estevesse en essa casa para senpre. Et se alguna cousa os ditos capelaens levarom desse lagar ou desffezeram no dito lagar, que a tornassem y e refezessen o lagar assy commo ante (estav)a. Dada foy esta sentença en Ourense, sete dias de setenbro en era de mill e ccc e xliii annos. Testemuyas que a esto chamadas presentes foron Lourenço Eanes Periquino, Martin Fernandes o avogado, Roy Gomes servente do dito Pero Domingues e Fernan Peres dito Salgueyro clerigo de Lousada.
Et eu Estevoon Peres notario d’Ourense que foy presente quando esta sentença foy dada e figea escrivir ante min e meu sinal y puge en testimuyo de verdade.
(Sinal)