Sabeam quantos esta carta viren
que seendo o cabidoo d’Ourense juntado por
canpaan taniuda na costra nova u he husso e custume de
se faser, presente y don Vaasco Peres
dean, esse dean e cabidoo deron a foro a Pero
Peres morador en Çima de Villa e Dominga Estevez
sua moller e a toda sua voz para senpre sete
leyras de vina que esse cabidoo a em termio d’Ourense,
das quaes a huna iaz ontre a vina de Domingo
das Mesas da huna parte e a leira da Triidade da
outra e en fondo fer no camyno pubrico que vay para
Valançaa, e a outra leira iaz ontre a leyra de Maria
Martines da Ayra e a leyra que foy de Pero
Fernandes çapateyro e ençima entesta na vina de Elvyra
Martines e en fondo fer em huna vina de Fernando
Anes, et a outra leyra iaz ontre a leyra de Domingo
das Mesas e outra leyra de Maria Martines e en
fondo fer no rigeyro, e autra leyra iaz ontre a dita
capela que foy de Johan Carvalleira da huna
parte e entesta enna que foy de Pero
Martines correyro, e autra leyra iaz enno Outeyro do
Pontom a par dos muynos que ten Fernando Paris e iaz
cabo da vina de Maria Anes moller de Fernando
Infante que foy e vay ferir no rio e em çima entesta
enno camyno pubrico, et outros dous piteyros iazem enno
Barrocaes e entestam enna vina d’Affonsso Peres da
huna parte e a de Johan Novo da outra e som de foro de
quinta ao cabidoo, e estas vinas tomou e reçebeu esse cabidoo
por rasom que eram suas foreyras e nom foy com ellas frontado
o dito cabidoo quando dellas fez venda frey Johan
da Ayra a Roy Peres forneyro. Afforaronlles as ditas
leyras com entradas e seydas e con todos seus dereitos e
perteenças assy que elles e toda sua voz as
aian e pessuyan daqui endeante em jur de erdade para
senpre por tal condiçon que as lavrassen
e parassen bem em maneira que non deffaleçessen por
mingua de lavor e de boa parança et diam das
ditas leyras ao dito cabidoo a meatade do que
deus y der, salvo dos ditos dous piteyros que
devedes a dar quinta por home do dito cabidoo,
ao qual devedes aproveer de comer e de bever
cumunalmente mentre estever a coller os ditos
foroytos. Et que se os ditos Pero Peres e
Dominga Esteveez e sua voz qui(se)rem vender, deytar ou
obrigar as ditas leyras que vendan, deyten ou obrigen
ao cabidoo ante ca a outre (...) justo preço e seo o
cabidoo non quisser que vendan, deyten ou obrigen
a atal pessoa que cunpra aquelo que (...) Pero
Peres e sua moller son tiudos a conprir. Et se
questom re[cre]çer ontre o dito cabidoo e Pero
Peres (...) sua moller ou sua voz que se termini
por dous hommees boons do cabidoo tomados a
praser das partes (...) outra appelaçom. Et para
levrar as ditas leyras o dito Pero Peres
por si e pola dita sua moller e por (...) voz obrigou
sy e todos seus beens gaañados e por gaañar. Et para
o dito Pero Peres e sua moller (...) voz
seerem anparados a dereito com as ditas leyras,
os ditos deam e cabidoo obrigarom seus beens gaañados
e por gaañar. Feyta a carta en Ourense, xix dias de
fevereyro, era de mill e ccclxixº annos. Testemuyas don Johan
Rodrigues chantre e dom Pero Paas
arçidiago de Castella e dom Beraldo Afonso arçidiago de
Buval (...) Pero Suarez arçidiago de Limya na igleia
d’Ourense, Gonçalvo Perez dito Pitas
d’Allariz, Gonçalvo Rella moroodomo e Johan Garçia.
Et eu Affonso Viviaez
coengo d’Ourense e chanceler dessa cidade que
a estas cousas (present)e foy e en mina presença as
fige escrivir e este meu sinal y puge.
(sinal)
[reverso] Litera
capituli.