GMH/ÍNDICE A-Z

232
1338, xuño, 4
avinza

Aldonza Afonso fai avinza co cabido, trasladando a unhas casas a renda de 5 soldos que debía pagarlle sobre un soar que ela lles vendeu a Gonzalo Iáñez, mercador, e a Xoán Estévez, xastre.

ACOu, Escrituras XVI, 45

Sabeam quantos esta carta virem que eu Aldonça Affonso çidadaan d’Ourense, moradeyra enna rua da Fonteyna, por razon que o deam e cabidoo da igleia de Ourense avyam daver cada anno en salvo para senpre çinqo soldos de leoneses pelo soar das casas que eu avya enna rua dos Çapateyros que estam a par das outras miñas casas que eu y teño e parte com outro soar do dito cabidoo, o qual soar eu vendí a Gonçalvo Eanes mercador e a Johan Esteveez alfayate e vendillo livre e desenbargado dos ditos çinqo soldos. Et por razon de eu non tomar pleito nen contenda com os ditos Gonçalvo Yanes e Johan Estevez a que eu vendí o dito soar nem con o deam e cabidoo sobrelos ditos çinqo soldos, et por me partir de custas e de dannos que poderían recreçer entre min e estes sobreditos Gonçalvo Yanes e Johan Estevez e o dito deam e cabidoo, por ende eu a dita Aldonça Affonso, non costrenguda nen por enganno enduzuda, mays de meu praser e de myna propia voontade poño os ditos çinqo soldos ao dito deam e cabidoo que os aiam para senpre livremente em cada huun anno sem enbarguo nenhuun por dia de Santiago do mes de jullio pelas outras ditas miñas casas que estam enna dita rua dos Çapateiros, as quaes parten da huna parte com o dito soar que eu vendí a estes sobreditos Gonçalvo Eanes e Johan Estevez e da outra parte com as casas de Martin Perez de Geestosa çidadao d’Ourense e saem as portas enna rua publica. As quaes casas eu para esto obligo ao dito cabidoo. Et demays lle obligo todolos outros meus beens para o dito deam e cabidoo seerem senpre anparados com os ditos çinqo soldos pelas ditas casas a dereito. Et por esto nos dom Pero Suarez deam e ho cabidoo da dita igleia d’Ourense, seendo juntados por canpaan tanguda ena costra nova de Sam Martiño hu e costume de se fazer cabidoo, por fazer graça aa dita Aldonça Affonso assy reçebemos os ditos çinqo soldos que nos avyamos daver pelo dito soar para os aver daqui endeante senpre pelas ditas casas cada anno enno dito dia de Santiago, et relevamos o dito soar que os ditos Johan Esteveez e Gonçalvo Yanes conprarom dos ditos çinqo soldos daqui endeante. Et a salvo fique a nos o dito cabidoo daver cada anno pelo dito soar as candeas da festa de Santiago e os tres soldos que os clerigos do coro am daver cada anno que os aiam pelo dito soar. Et demays quitamos aa dita Aldonça Afonso toda a deveda que nos devya dos ditos çinqo soldos delo tenpo que as ditas casas foron deribadas a aco que os nos non ouvemos e renunçiamos que llas non demandemos nen possamos demandar por nos nen por outre em juyzo nen fora del. Et demays he posto entre os ditos deam e cabidoo da huna parte e os ditos Gonçalvo Yanes e Johan Estevez conpradores do dito soar que som presentes da outra, que os ditos Johan Estevez et Gonçalvo Yanes vaam ao fondamento da parede que é comunal entre o soar do dito cabidoo et o dito soar que elles conprarom e a façan e lavrem ben regea e bem firme por aquel lugar por hu ella agora está em maneira que o cano do dito cabidoo fique livre para se poder cobrir sigundo que soya estar se conprir, et façan a dita parede de alteza ata a cruz que poserom a sobrelo junteyro que está enna parede de Cataliña Anes et veña a dita (parede) em olível ygoal aa rua e ata aly em esta parede possa o dito cabidoo pousar cada que quiser sem custa ninhuna. Et des aly aa çima o que lavraren os (ditos Gon)çalvo Yanes e Johan Estevez se o dito cabidoo em elo quiser pousar quando quiserem lavrar enno seu soar que paguen a meatade do custo da dita parede que custar des aly açima aos ditos Gonçalvo Yanes e a Johan Estevez a vista de dous meesteyraes por que a dita parede de fondo açima he comunal ao dito cabidoo e aos ditos Gonçalvo Eanes e Johan Estevez e que os ditos Gonçalvo Eanes e Johan Estevez non façan feestra enna dita parede contra o soar do dito cabidoo. Et outrossy o dito deam e cabidoo a rogo do arçidiago Verald’Afonso e por fazer graça aa dita Aldonça Affonso sua yrmaan quitaronsse do reçebemento que fezeron do dito soar por razon que o dito cabidoo non fora frontado quando foy feita a venda del, et renunçiaron a el. Et os ditos deam e cabidoo et os ditos Gonçalvo Yanes e Johan Estevez assy outorgaron todo esto que sobredito he. Et poserom pena que a parte que contra elo for e ho non conprir e agoardar que peite aa outra parte que o conprir e agoardar quiser por pena çem mor. da boa moeda, et a pena pagada ou non pagada esta carta fique firme e valla para senpre. Et para conprir e agoardar todo esto que sobre dito he e para pagar a dita pena aquel que en ela caer os ditos deam e cabidoo obligaron todolos beens da sua mesa do dito cabidoo. Et os ditos Johan Estevez e Gonçalvo Yanes obligaron todos seus beens gaañados e por gaañar. Et desto en commo passou as ditas partes pediron a min Affonso Lourenço coengo e chançeller senllas cartas partidas por .a.b.c. Feyta a carta em Ourense, quatro dias de juyo, era de mill e trezentos e seteenta e seys annos. Testemuyas que a esto presentes foron Gonçalvo Rella moordomo do dito cabidoo, Johan Peres reitor da igleia de Melees, Pero Moogo reitor da igleia de Mourisco, Gonçalvo Peres notario d’Ourense.

Et eu Affonso Lourenço coengo d’Ourense e chançeler dessa çidade a esto presente foy e este estromento fiz escrivir, no qual puge meu sinal en testemuyo de verdade.

(sinal)

[reverso] Carta daviinça por que o cabidoo e Aldonça Affonso se aveeron sobre razom do soar de que a dita Aldonça Affonso vendera a Joan Estevez e a Gonçalvo Anes mercador.